Em outubro de 1989 foi criada a Escola de Extensão da Unicamp. O presente documento apresenta algumas informações relacionadas com o papel dos cursos de extensão, os antecedentes que levaram à criação da Escola e a evolução do número de cursos e matrículas ao longo dos últimos 20 anos.
Os Cursos de Extensão
Os cursos de extensão são um importante ponto de conexão da Universidade com a sociedade, que dentro do conceito de educação continuada, atendem a um perfil heterogêneo de pessoas. Desde pessoas para as quais estes cursos são a única possibilidade de ter acesso à Universidade até profissionais que procuram oportunidades para reciclar e atualizar seus conhecimentos em áreas específicas. Os cursos de extensão são instrumento para uma relação virtuosa entre a Universidade e a sociedade, possibilitando ganhos para ambas as partes. Por um lado, a sociedade se beneficia, pois os cursos são meios para transferência de conhecimentos da Universidade para um amplo conjunto de atores, de pessoas já formadas que atuam em empresas e organizações públicas e privadas, profissionais liberais, pessoas interessadas em desenvolver habilidades e pessoas que não tendo ainda concluído o ensino fundamental procuram por informações e conhecimentos que podem ajudar na melhoria de sua qualidade de vida. Os cursos permitem também, dada sua flexibilidade, divulgar conteúdos específicos, que nem sempre encontram espaço nos cursos de graduação e pós-graduação. Ao melhorar as competências e as qualificações, produzem efeitos de longo prazo, tal como pode ser visto no testemunho de empresários de pequenas empresas, que assistiram a cursos de extensão ministrados pela Unicamp ao longo dos anos 70 e consideram, 30 anos depois, que os conhecimentos adquiridos em sala de aula foram muito importantes para a sobrevivência de suas empresas. (Souza,M.C., Bacic, M.,2006).
Por outro lado a Universidade se beneficia em vários aspectos. Os cursos permitem aumentar a interação com organizações públicas e privadas, empresas, profissionais e demais agentes da sociedade. Ao dar acesso a um amplo conjunto de pessoas, de certa maneira permite que essas pessoas sejam ouvidas dentro da Universidade, novas visões e críticas recebidas pelos professores, dentro de uma perspectiva diferente daquela dos alunos de graduação e pós-graduação, possibilita enriquecer o trabalho docente. Assim a Universidade aprende mais sobre as necessidades e expectativas da sociedade. A imagem da Universidade é reforçada, pois, os cursos mostram “razão de ser” e as competências da Universidade para setores da sociedade que tendem a interagir pouco com a academia. Isto contribui com a criação de uma rede social de apoio e de defesa da Universidade.
O importante papel dos cursos de extensão é reconhecido pelas melhores universidades do mundo. Todas têm escolas, setores, departamentos dedicados a oferecer esta modalidade de cursos.
No processo de criação da Unicamp, o professor Zeferino Vaz, considerava de extrema importância o desenvolvimento de mecanismos que permitissem a interação da Unicamp com a sociedade. Dentro dessa concepção aprovou, no ano de 1968, um projeto com uma série de atividades programáticas do Departamento de Planejamento Econômico/DEPE, do Instituto de Filosofia e Ciências/IFCH, para a estruturação de um núcleo de docentes para o desenvolvimento das seguintes atividades:
No entendimento do Prof. Zeferino Vaz o projeto consolidaria as atividades da área de Economia, voltadas à Pesquisa, ao Ensino e à Extensão para a comunidade, e recomendou o início imediato das atividades (conforme Pagnani, 2006).
O projeto levou à criação do Centro Técnico Econômico de Assessoria Empresarial (CTAE), que, dirigido pelos professores: Osmar de Oliveira Marchese e Éolo Marques Pagnani. Ao longo de sua existência qualificou 129 técnicos de bancos de desenvolvimento estaduais e regionais por meio de 6 Cursos de Especialização em Análise Empresarial – CEAE. Formou 195 graduados em Consultoria Industrial, mediante a realização de 8 Cursos de Especialização em Consultoria para Pequenas e Médias Indústrias (CECOPI), e capacitou 720 dirigentes e gestores de empresas ao longo de 37 Cursos Técnicos para Dirigentes de Empresas (CTDE) entre 1968 e 1983.
Além dos cursos ministrados pelo CTAE o DEPES, em convênio com o Instituto Latino Americano de Planificação Econômica e Social da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), da Organização das Nações Unidas (ONU), passou a oferecer cursos sobre Planejamento Econômico. Assim, no ano de 1968, ao mesmo tempo em que era oferecido o primeiro CTDE na área de Produção com 60 horas-aula, era ministrado o 1º Curso Básico de Planejamento Econômico – CBPE1, com 600 horas-aula, que visava preparar corpo técnico, principalmente do setor público, para tarefas de planejamento do desenvolvimento econômico (nível básico).
Foi coordenador o Prof. Carlos Eduardo do Nascimento Gonçalves. Participaram 31 alunos. Em 1969 foi oferecido o 2º Curso Básico de Planejamento Econômico – CBPE2 que teve 18 alunos e foi coordenado pelo Prof. João Manoel Cardoso de Mello. Em 1970 o 3º Curso Básico de Planejamento Econômico – CBPE3, sob a coordenação do Prof. Osmar de Oliveira Marchese, do qual participaram 17 alunos. No ano de 1970 foram oferecidos dois cursos abordando o tema da programação industrial, Curso de Programação Especializada – Programação Global – CPG, o primeiro sob a coordenação do Prof. Wilson Cano e o segundo coordenado pelo Prof. Ferdinando de Oliveira Figueiredo. Esses cursos do DEPES são os primeiros cursos de extensão oferecidos pela Unicamp. (Confira abaixo o tópico “Primeiros cursos de extensão ministrados pela Unicamp”).
Com o passar do tempo outras unidades, com destaque para as Engenharias, passaram a oferecer cursos de extensão na Unicamp. O crescimento dos cursos levou, no final dos anos 80, a um processo de discussão dentro da Universidade para definir regras e critérios para o oferecimento de cursos de extensão. Em 1989 o então reitor, Prof. Paulo Renato Costa Souza realizou a primeira ação para administrar de forma centralizada o processo de criação e oferecimento de cursos de extensão. Nascia assim a Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) com a missão de coordenar, supervisionar, organizar e promover os cursos de extensão dentro da Universidade.
Ao longo dos últimos 20 anos, em função das atividades dos coordenadores de extensão das Unidades de Ensino, das ações da Extecamp e do interesse manifestado por um significativo número de docentes em criar e oferecer cursos de extensão verificou-se um processo permanente de expansão e diversificação dos cursos. Este processo permite na atualidade o oferecimento de um extenso leque de cursos de extensão, que atendem um amplo público, desde professores de ensino básico e médio em busca de capacitação, gestores de políticas públicas, pessoas interessadas em desenvolver habilidades artísticas e adquirir conhecimentos nas artes e nas ciências, profissionais nas áreas da saúde e das atividades físicas e profissionais que atuam em organizações públicas e privadas que procuram conhecimentos específicos para suas áreas de atuação.
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